segunda-feira, 15 de abril de 2013

O último banho de mar depôs-me na pele

|Andreia C. Faria


O último banho de mar depôs-me na pele
um caracter neutro, balsâmico, decifrado pela infância
Um frio súbito, restituído de sentidos

Ainda hoje a felicidade me vem de dentro como uma traição

Vi a minha pele à transparência
e mesmo a ondulação, transfigurando, dava-lhe
a integridade do que se desfralda a amar. O mar
não me esperava, a comparência de uma antiga
onda

Quanto mais esparso o sexo, mais
espessa fica a pele, e em pouco tempo
seria o oceano um olho cego, a água densa
de uma esfera, um gigante dobrado no seu leito de basalto