domingo, 3 de abril de 2011

A cidade dorme


|Luiz Ruffato

Xuxa despertou, golpes de cassetete na cabeça no tronco nos membros, assustado o grupo espalhou-se sacos-de-aniagem pendurados dos ombros Ai ai caralho! Quê isso porra?! o Zé imaginou interpor-se ao peeme, latiu preventivo, um coturno arremessou-o contra as grades do parque
        
O velho despertou, os tiros nasciam da televisão ou de lá de-fora? Os meninos sempre Aparece não, pai, pode dar problema mas o que ainda a perder? Nervos abalados nem diazepan remedeia. Da ninhada de sete, quatro tombaram à desgraça, incluindo uma filha-mulher. E a esposa, coitada, de desgosto há muito
        
O tenente despertou Caralho, Ivo, pra onde Quieto aí, Valtinho, agora é com nós, anunciou, fedendo a suor, a cara branca do soldado Castilho. E a viatura, engalfinhada com a treva, seguiu rumo a outras cinco, que, amotinadas, aguardavam ansiosas entre galpões abandonados. Em pânico, o Tenente Válter.