quarta-feira, 17 de abril de 2013

Dormíamos de janela aberta

|Andreia C. Faria


Dormíamos de janela aberta
e aliada ao sangue a lua
era véu que nos retardava a face
Desavinda da terra
montavas à sombra de estacas
o corpo
onde havia de passar o meu
modesto, incontuso
afeiçoava a água em espirais

Entre nós não havia lisonja
e parando os gestos revelavam
o pó comestível da febre
A doença era o nosso sintoma
Se te amava era sem sono
adiando a noite inteira
a comprida dormência dos membros
no nosso futuro andamento
fantasmas