segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Depois do amor

|Cristiane Rodrigues de Souza

Depois do amor
nos meus braços ele dorme e sonha com a luz o sol o ar
o antigo dodge branco de seu pai
(a sua cabeça de menino no encosto do banco do dodge)
ouve na memória a música de deturpados cassetes
e ressente o carro trepidar por estradas
(Creedence).

Uma aurora confusa diz pra mim lá fora que é hora de despojar-se de despojar-se
e as árvores desapegam-se das flores das flores das luas
ignoradas no chão.

Mas meu corpo comovido em suas mãos cria nele ritmo de noite quente
ele me prende
e me enreda e me leva como as ondas de Creedence.