É no centro espectral da
disseminação nocturna – 
nas margens letais de
puro branco onde ensaiamos 
o fechar dos círculos –
que a diferença se faz
timbre e a voz começa.
Chega-nos devagar
como um embalo que se
oferece à garganta
e alastra-se com rapidez
aquosa do palato 
ao goto afundando raízes
velhas 
em incisões violentas.
Fundimo-nos com esta
terceira voz 
prima-vox-ex-nihilo         prodígio 
de uma prótese compulsiva
e acertamos o tom por
meio da distorção 
e da afonia. 
E na esperança de rebater
o alvo 
deslizamos continuamente
entre o dizer e o eco
inscientes da multiplicação
porque quando a voz
começa somos 
sempre dois.
