terça-feira, 19 de novembro de 2013

Olho por dentro

|Alexandra Antunes

Olho por dentro
Dos teus olhos:
Ao cimo as
Quebradas estrelas reluzindo
A meio uma
Pesada treva
E em baixo
Na fundura da tua memória e pensamento
Flutuando
 A límpida casa dentro da qual me amas até
Ao fundo dos nossos
Precipícios

Então eu toco-te nesse ponto onde
Pulsam os bichos onde
Ardem as estações — o lugar
Em que estancamos a morte
O lugar dos teus
Braços brilhando inteiros
Nos meus.