quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

vinhas

|Ana Carolina Martins


vinhas

como a chuva
sem pensar
no amanhã
enlameado

vinhas

à deriva

sentado no banco do réu

que se afastava cada vez mais da sentença por dizer
vinhas

sem jeito

de um parapeito mal estudado

tudo o que dizias

era sem obrigação de magoar

tudo o que exprimias

era apenas um andar atordoado

e seco

incompreensível para o ouvido alheio

e ias já sem teres voltado