quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A conversão dos silêncios

|Ricardo Flaitt

Hoje converti dois silêncios numa ária
E assim escutei a única voz quecoa em mim.
Meusolhos, caleidoscópios quebrados,
ganharam mais ângulos
E contornaram a serra de Cajuru galopando cerrações,
E cingiram sentimentos de uma vida inteira,
E construíram coretos em minha pele,
E tangeram áreas,
E corrupiaram em torno da minha existência,
Que vai da Aparecida às margens do Canoas.
Hoje converti dois silêncios numa ária
Mas confesso que poderiam ser rebanhos de sombras
Ou mesmo os louva-a-deus que nunca se ajoelharam.
Em minha santidade em direção ao descompasso,
Eu continuo a pazear silêncios prárias
Que continuam a cantar um sentido proverbo liquifazer-se.