Para cá de mim e
para lá de mim, antes e depois.
E entre mim eu,
isto é, palavras,
Formas indecisas
Procurando um eixo
que
Lhes dê peso, um
sentido capaz de conter
A sua inocência,
Uma voz (uma
palavra) a que se prender
Antes de se
despedaçarem
Contra tanto
silêncio.
São elas, as tuas
palavras, quem diz “eu”;
Se tiveres ouvidos
suficientemente privados
Podes escutar o teu
coração
Pulsando sob a
palavra da tua existência,
Entre o para cá de
ti e o para lá de ti.
Tu és aquilo que as
tuas palavras ouvem,
Ouves o teu coração
(as tuas palavras “o teu coração”)?
in Livro Primeiro