quarta-feira, 3 de agosto de 2011

“O mundo não tem fim por isso hoje não ponho data”*


|Luís Filipe Cristóvão

a)
A minha voz e a parede da igreja, mais logo, assim seja, pedras e pedras – um luar. Queria contar-te como na aritmética, seria mais fácil, dois três um, mas no olhar, fechado como um cancro, eu tenho trinta e um dentes. E tu?

b)
O outro caso eram as macias romãs deixadas (por ti) em cima do balcão da cozinha e quando eu acordei tocava o telefone, a rádio ainda e sempre na antena dois. Escorreguei com os pés sobre o soalho – rangia, dizias tu que talvez os construtores – e uma minha mão sobre o teu colo, o balcão da cozinha e o meu pijama azul manchados para sempre antes de tomar banho.