sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Do amor à pátria que, como mãe bondosa, acolheu a menina tupiniquim




Até parece que foi ontem, mas já lá se vão quatro longos anos. Nunca fui boa em matemática e toda a gente sabe disso. Por isso mesmo, perdoem-me os amantes das "quatro operações fundamentais", para o caso de alguma falha nos meus cálculos. Isso por que fiz cá umas contas muito rápidas, para o que aponto os seguintes resultados: 4 anos multiplicados por 365 dias e 6 horas somam o singelo resultado de 1.461 dias ou, se preferirem, 35.064 horas ou [quem sabe?!], ainda, 2.103.840 de minutos repletos de muita vida desde que pousei meus pés em terras lusitanas.

Esqueçam lá os números por um instante! Primeiro, por que confesso que não conferi se fiz bem as contas todas; Segundo, por que os números pouco importam, já que o que está em causa é a QUALIDADE e não a quantidade dos dias vividos nesta terra que me acolheu de [a]braços abertos.

Já viajei muito por este país e gosto de dizer que conheço melhor a cidade que escolhi para viver [Ó minha adorada Invicta!] que muitas das pessoas que nasceram e foram criadas aqui. E, no decorrer destes quatro anos muito bem passados deste lado do Atlântico, flertei descaradamente com Lisboa, namorei muito seriamente com Viana do Castelo, curti deliberadamente com o Alentejo e arredores. Mas me apaixonei perdidamente pelo Porto. Posso lhes garantir, senhoras e senhores, que foi amor à primeira vista! E o melhor: tudo bem medido e bem pesado, asseguro que este amor é recíproco.

O tempo passa a voar, é verdade. Lembro-me com clareza da tarde em desembarquei aqui, das expectativas todas que trazia em minha bagagem, da saudade daqueles que havia deixado do lado de lá do oceano, do receio de não ser bem aceita [menina forasteira!], das diferenças culturais que sabia que, em breve, enfrentaria... Um turbilhão de sensações que me fazia sentir os pés fora do chão.

Mas o que parecia assustador numa análise muito superficial, logo se mostrou como sendo das melhores experiências de vida que poderia ter. Tantos amores já cá vivi, bem como a sorte que tenho pelos muitos amigos que rapidamente fui fazendo por onde passava [que povo amistoso é o povo português!], talentos que descobri ter, muitas vezes com alguma dificuldade, mas de maneira sempre gratificante. Poderia passar o resto do dia escrevendo, escrevendo, escrevendo... Mas tudo soaria como "lugar comum" [parece sempre tão clichê declarar o amor assim, gritando aos quatro ventos, para que toda a gente possa ouvir].

Assim sendo, e por aqui fico, deixo o registo para a posteridade: BRASIL, "tô" morrendo de saudade e já faltou mais para sentir meus pés no MEU chão outra vez, mas por enquanto... É por cá que quero ficar e, como costumo dizer sempre, "enquanto esta terra por cá me quiser, por cá estarei!". Amo-te, PORTUGAL!