sexta-feira, 31 de maio de 2013

O olhar do editor

|Manuel A. Domingos



Quando em 2008 ouvi, num café de Punta Umbria, Antonio Orihuela dizer parte deste longo poema, pensei: quando um dia tiver uma editora publico-o. Em Janeiro de 2013 – após cinco meses no desemprego – decidi criar a editora Medula. E em Fevereiro saiu Que o Fogo Recorde os Nossos Nomes, de Antonio Orihuela.

O autor foi receptivo à sua publicação em Portugal. Até à publicação deste livro, Antonio Orihuela apenas estava representado nas revistas Sulscrito e Bíblia, bem como numa antologia de poesia espanhola organizada por Joaquim Manuel Magalhães: Poesia Espanhola anos 90. O autor insere-se no movimento colectivo da poesia da consciência. De marcado pendor libertário, a sua poesia tem uma voz desassombrada e actual.

Que o Fogo Recorde os Nossos Nomes é um longo poema, que segue a tradição peninsular dos cantares de gesta. Alguns poderão ver nele reminiscências do poema mais conhecido e mediático de Allen Ginsberg. Só que em Ginsberg celebra-se a vida dizendo-lhe “olá”; em Orihuela celebra-se a vida dizendo adeus.