|Manuel A.
Domingos
Quando em 2008 ouvi, num café de Punta Umbria, Antonio Orihuela
dizer parte deste longo poema, pensei: quando um dia tiver uma editora
publico-o. Em Janeiro de 2013 – após cinco meses no desemprego – decidi criar a
editora Medula. E em Fevereiro saiu Que o Fogo Recorde os Nossos Nomes, de
Antonio Orihuela.
O autor foi receptivo à sua publicação em Portugal. Até à
publicação deste livro, Antonio Orihuela apenas estava representado nas
revistas Sulscrito e Bíblia, bem como numa antologia de
poesia espanhola organizada por Joaquim Manuel Magalhães: Poesia Espanhola anos 90. O autor insere-se no movimento colectivo
da poesia da consciência. De marcado pendor libertário, a sua poesia tem uma
voz desassombrada e actual.
Que o Fogo
Recorde os Nossos Nomes é um longo poema, que segue a tradição peninsular dos cantares de
gesta. Alguns poderão ver nele reminiscências do poema mais conhecido e
mediático de Allen Ginsberg. Só que em Ginsberg celebra-se a vida dizendo-lhe
“olá”; em Orihuela celebra-se a vida dizendo adeus.