boiar pela orbita da calçada
como se fosse apenas mais um cometa
que não cometa trans
tornos em torno de si
sendo apenas mais um cometa
numa rua ,declive pulular,desse uni
verso
pop
ular.
I I
que destranca a porta da solitária palavra casa,
estende uma lua cheia e outra lua minguante
no varal estrelado da noite
e com o intuito de amanhã bem cedo
vestir a camiseta azul do amanhecer
pendura seu sol em algum cabide.
sendo mais um dia escorrendo sobre seu corpo
sendo mais um vento escorrendo sobre seu agreste.
vorazmente o calendário range seus 12 dentes em 365 contrações
e este corpo agreste agradece os esforços dos corpos celestes
que impreterivelmente amanhecem e anoitecem
como as pessoas que im-pre-te-ri-vel-
- mente amanhecem e anoitecem.
mesmo com um chip implantado no fêmur das suas condutas.
I I I
sonha matar a sede na língua da palavra montanha
para retornar fluindo e jorrando pelas trilhas do dia a dia
abraçado pelos dois braços da letra V que o conecta ao verbo viver
nessa humanidade que é um Adão digital ,Adão negro de fuligem
perplexo e nu diante das palavras;
com a mesma perplexidade da brisa quando é apresentada a um tufão
vê sua costela menstruando e tenta endireitá-la ,mas costela é osso torto.
acorda todo gênese diante dos apocalipses de todas as manhãs.
um esperma a espera da globalização.
dessa gaiola azul aqui ninguém corre.
Sendo que no dia do velório ao invés de choro
ocorrerá um chá de bebê eufórico e ao invés de flores e cova serás arremessado
dentro de uma bolsa fetal .