“Aderiu à campanha dos pontos?”
Grita uma voz, quase máquina,
quase nada
Sobre um balcão de um café.
Ninguém lhe liga mas todos lhe
respondem:
- Solidão.
Ninguém lhe fez o convite
Mas ela chega e é mundo, é vida,
é chão.
De todos os olhares
Que cruzam o meu
Nenhum que saiba ficar
Nenhum que saiba lutar
E é já manhã.
Grito conforme o passo que me
assiste
E nada insiste
Na palavra vã.
Sobra a multidão
De um mundo então
E de quem tem de fazer dos dias:
“Já aderiu à campanha dos pontos?”
Para ganhar o pão.
E a resposta é Não.