sábado, 20 de abril de 2013

Basta saber que por aqui se escoa o sangue para me precaver

|Andreia C. Faria



Basta saber que por aqui se escoa o sangue para me precaver



Já me conhecem
as mulheres, vêm ter comigo se nas ancas
não lhes cabe a dor. E eu troco

por amor o trabalho de sublimação, o invisível
transbordado por um fio, eu ensaio a cada noite
os quinze minutos do seu consentimento. É só este

o afecto que me guardam, reunir em seco
o sangue, o simulacro, e trazê-lo por cisternas
e raízes pelas coxas, vindo de longe, de fora
do corpo, unindo-me a elas no que se esvai