|Cláudia
Assis
Amei-te aos pouquinhos e, ainda assim, amei
muito. Amei especialmente as possibilidades [e eram imensas!]. As pessoas é que
têm a mania de dificultar as coisas. Não entendo: vêem o amor e logo se
assustam. Talvez isso aconteça um bocado porque a pessoa por quem a gente se
apaixona é sempre uma invenção. É a nossa cabeça brincando de deus com o nosso
coração. Sei lá... Mas acho que tinha tudo para ser amor esse nosso lance. Amor
dos grandes, sabia? Daqueles que vão parar nas páginas de um livro. Tu foste em
mim o meu melhor enredo [e ainda tenho tantas palavras por escrever em ti]. Mas
isso eu já sabia antes mesmo de pegar papel e caneta [post-its muitos e
de cores variadas].
[…]
Não, não pode ser o fim. Finais felizes não
deveriam ter este gosto amargo da ausência [saudade!]. E tu que me havias prometido um final feliz, lembras? E por isso permaneço exatamente onde me
deixaste, à espera de vislumbrar teus enormes olhos negros e brilhantes que
mais parecem um grande par de doces jabuticabas, daquela gigante árvore no
quintal da minha velha infância. É isso. É mesmo isso! Teus olhos eram olhos de
infância, menino da Terra do Nunca.
Amei-te aos pouquinhos e, ainda assim... amei
tanto. DESMESURADAMENTE!