Entrevista a Luis Henrique Pellanda –
parte 3
|Carolina
Vigna-Marú
Terminamos
a publicação da entrevista a Luis Henrique Pellanda falando da sua música e da
banda Woyzeck (na foto, Pellanda aparece em primeiro plano). Ficamos também a conhecer uma das músicas produzidas pela banda
que conta com Pellanda na voz.
Acho que a música sempre foi algo mais emocional. Já escrevi
bastante música, mas com ela nunca me senti envolvido num trabalho profissional
ou mesmo intelectual. Não estou dizendo que os músicos não trabalham com o
intelecto, por favor. Comigo é que era assim, uma espécie de desafogo alegre,
algo teatral, envolvendo voz e movimento, dança e corpo, algo que exigia minha
presença física num palco e certa desenvoltura de ator, uma máscara, no bom
sentido. Não era eu, era o que eu gostaria de ser naquele momento de
celebração. É um troço prazeroso, mas cansa. Cansa, mas quando você para, faz
falta, e isso é evidente, pois tudo que nos dá prazer, quando acaba, faz falta.
Hoje não trabalho com isso, apenas me divirto com isso, e muito raramente. É
questão de prazer, não envolve agonias produtivas.