|Flávia Rocha
Metade da sala invertida,
cadeiras viradas sobre gravuras
repetidas, preto no branco—
você caminha por ruas esboçadas
no chão, a sombra exterior
esmagada pelo azul acolchoado
dos objetos— mesas
com algum passado, paredes
com tarefas definidas, restos—
você não está sozinha,
as mãos juntas atrás do corpo
sem rosto, na desordem sem arestas—
repetida, alternando-se
nos espaços da sala, observada
por estranhos, homens e mulheres.
Na profundidade paralela,
dois ensaios em cor, alguém
neste lugar carrega
uma mancha azul no ombro,
à espera, sem desejo.