sábado, 8 de fevereiro de 2014

Mal puro

|Luís Coelho

A neurose do eterno retorno
É como as dores de crescimento
O recuo gera a expansão
Como a evolução da involução
E este é o menor mal!

O Mal puro não é a involução
Ou o recuo temporário
Daqueles que são constantes
A vida é neurose permanente
Desequilíbrio pungente
Entre pólos cabalísticos

O Mal puro não é o Inferno revisitado
Quando se permite o regresso órfico
E o salto quântico iluminado
Nem sequer é o pecado
Como o erro de ver a Luz onde ela é escassa
Ou o eterno no frugal impermanente

As más escolhas são condição do crescer
Os pecados e os males farão recrudescer
Esse destino de sermos Deuses ou Civilização
O Mal puro é mais profundo
Porque é eterno ruminar
No mundo dos demónios encarcerados
O Mal puro é bem mais fundo
Porque é eterna involução
De um eterno retorno
Em que o retorno é mor que evolução
O Mal puro é regressão
É andar para trás e não voltar
É esta a Psicose da mente bárbara
Ou o Inferno da condenação
São estas as trevas verdadeiras
De uma Idade que não é Média
Mas o Anticristo de sombras derradeiras.

O Mal puro é alienação
Porque a Luz se perde para sempre
Sujeito e Objecto já não se vêem
Nem juntos e nem sequer separados
Pois que o mundo dos Demónios
Não é como o Arché das Leis primárias
Ou mesmo o Bom selvagem pacificado
É o terrível de um caos amordaçado
Por isso não é o génio que desconstrói
Porque este selvagem só destrói
Para que o Caos que fica
Seja somente a causa falsamente incausada.



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