A luz do dia
desvanecia-se. Chovia torrencialmente.
O inferno vai
brilhando pela calçada, aqui e ali.
Como nos desenhos
de Lada, com ternura e inocência,
os diabos certificam-se
da disposição dos seus tesouros.
Sobre os
candeeiros, já tarde, regressam a casa três pássaros.
Sobre a apática,
triste e interminável posição
da cidade
nocturna, das janelas de todas as livrarias,
dos bares cada
vez mais inclinados e iluminados,
da fonte onde o
menino de mármore
conforta uma
carpa numa cesta de mármore
(o nariz do pai,
os olhos que a mãe lhe deu…
as moedas
tilintando alegremente no fundo da água),
por cima da chuva
agora fraca, dos diabos com os seus segredos.
Nós ficámos por
ali e acendemos um cigarro.
Não se passa
nada, meu amor. Tu tremes como uma pluma.
Abraça-me. Vamos
passear. Esta noite dormimos juntos.