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sábado, 24 de maio de 2014

Senta-te à Beira-Rio

|Carina Portugal

Senta-te à beira-rio.
Atenta o barco que ali vai
Corrente a baixo, que se esvai
Entre os cabelos do estio.

Entrança seus rumos.
Sê guia do destino, feiticeira,
Sê aquela que é ao olhar sereia,
E ao escutar sussurros.

Toca o Sol ao pôr.
Emprestado toma-lhe então
Luz, aconchego e coração,
Que seu cerne é flama e ardor.

Lança-os ao vento,
Áureo nómada, mensageiro.
Envia-o ao teu marinheiro
Que ao céu reserva-se atento.

Sob o seu toque e beijo será viva
A recordação deixada ao largo,
A doce donzela que de encargo
Vela o regresso à despedida.