|Filipe da Silva Batalha
“Bom dia meu AMOR”
“Nesta carta que te escrevo envio todo o caminho que acumulo nas horas em que os meus olhos não cruzam os teus.
Assim passa esta banal vida que vale pelos breves momentos que vamos somando, paulatinamente, pequenas alegrias vestidas por vezes de sorrisos, por outras em brilho no olhar...
Por vezes penso que elas me enganam e até vêm disfarçadas dessas coisa menos boas que por vezes se cruzam no nosso caminho.
Enquanto espero, esperamos; cuido de ti e de nós, cuidamos um do
outro.
A saudade que se vai instalando não é mais que um crescendo de
vontade de voltar a desfrutar de toda a tua presença, em paz e com toda a tranquilidade que a tua companhia amada nos possa trazer. Dai, um curto adeus não é mais que um até já; quando a tua moradia física não tem espaço concreto em termos geográficos, vives pois nesse local que é inacessível ao resto do mundo, um lugar que agora te pertence – nunca um até já foi ou será semelhante a um adeus quando se vive no coração que ama.
Sem saber desde quando, de onde ou para onde nem sequer porquê... Simplesmente, assim!”
A um amor.
*
A minha moldura!!
Talvez as molduras nunca devessem ter uma fotografia...
Pelo menos, aquela que simboliza o sentimento que quisermos deixar no momento do click (Essas são para os álbuns de família), talvez as molduras prendam a recordação e num gesto de subtracção ao momento vivido delimitam a acção no espaço que não é mais que, o rebordo escolhido, como meio para destacar um momento que é teu...
Não andaremos todos, materialmente a delimitar as nossas acções enquanto indivíduos?
Um dia encontrarei a moldura que caiba na minha vida sem ter que cortar a cabeça aos intervenientes.
*
18 Outubro 2012
Quando vamos tomar café?
Os cafés não se deviam combinar, bastam-se a eles próprios tomando-se ao sabor do apetite.
Fico à espera e já sem esperança me mantenho, afinal, um café pode desbloquear tanta coisa... Mas há coisas que nem um café pode ou consegue desbloquear.
Um café é e será sempre um café, na perfeita comunhão que consegue, entre o ritual da toma e a delicadeza que há ou poderá existir no ato de pedir, pedindo assim:
“Um café se fizer obséquio...”
Filipe da Silva Batalha apresenta no seu livro "Uma pessoa algures no mundo", um conjunto de textos que vêem da obra em bruto, sem esquecer que foram todos escritos em esplanadas, a "ver passar"... São cartas de amor, outros são apenas intenções que ficaram por registar no seu todo. Ao invés de recatar os sentimentos numa qualquer "moleskine", partilhou-os com alguns dos meus amigos, até porque os textos de amor devem ser divulgados em vida, a quem achamos pertinente, dirigidos a quem de direito.