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quarta-feira, 2 de abril de 2014

Manchetes

|Clara Henriques

Não te conforto o desejo amarrado
Nem te dou as páginas humedecidas
Não sei vincar as golas ao recado
Às portas do teu quarto sempre despidas.

Não te quero em rasgos minguantes
Compassos que atropelam a ordem do dia
Nem te sei nas horas rasantes
Na pele que a tua mão sem querer dizia.

Não quero ser manhã e escurecer
No teu beijo traído entre o caos
Não quero a redenção para encher
Mil e uma manchetes nos jornais.