Se o dardo se arrojar à água e me tingir os dedos
serei grito convexo e canto.
A pele pressente tarde os
murmúrios da sibila
esquecida do primeiro
abalo da manhã no corpo,
ferida umbilical nos
pontos cardeais.
Dá-se à luz prótese pelo
avesso
vestida dos lampejos
vespertinos
e de retratos da memória
suspensa no cicio das aves.
Queria fazer-me toda voz
um canto redondo que
convocasse tudo à sua presença,
a nota impossível em tom
cristal
que ressoasse a vibração
última dos dardos.
Um grito convexo inverte o tom e acerta o alvo.
Canto que sarasse este
abismo que tenho em cada mão
por onde todas as imagens
se escapam e
se reconciliam talvez com
o seu ideal.