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sexta-feira, 19 de abril de 2013

Ali sentadas, na areia

|Andreia C. Faria


Ali sentadas, na areia
em frente ao mar, aguardando
que um casal de idosos acabasse de passar,
não nos beijámos
Tão próximas, medíamos
o cansaço, as fúrias sazonadas, a impura
frase com que a pele rasura
a juventude

Desfeita a onda, mais nenhuma
comoção. E só volto a lembrar
a recusa que nos deu início
se no chão da sala encontro
o teu leve estremecer
de peixe posto vivo onde
não há água ou aridez
que a morte traga
Os meus dedos investem
a tautologia do choque,
uma boca fechada